Jesuíta coadjutor (irmão). «Natural da Ilha da Madeira, onde nasceu por 1549. Entrou na Companhia, com 24 anos de idade, em Setembro de 1573. Trabalhou bem durante muitos anos até que começou a desinquietar-se. E uma vez fugiu de casa, levando uma canoa e escravos. A pedido de pessoa importante foi readmitido com a devida penitência. Gaspar Luís tinha cuidado dos trabalhadores e era irmão de Domingos Fernandes, alfaiate então na Baía e 'muito necessário' ao Colégio. Tornou a fugir, e desta vez decidiu-se que se despedisse, mas em Portugal. Entretanto (1591), o Provincial tomou-o como Irmão sócio. Na primeira oportunidade mandou-o, e com uma carta, que lhe seria entregue no alto mar, despedindo-o, quando já não houvesse perigo de arribar ao Brasil. Apenas chegou à sua terra, escreveu uma carta ao P. Geral, datada do Funchal, 27 de Fevereiro de 1592, em que não se conformava com a saída. A carta é em italiano, boa caligrafia, o endereço em latim, 'manu propria', expressão aprendida decerto enquanto foi companheiro do Provincial. Pede para ser readmitido e enumera os trabalhos que realizou, em que aparece como mestre de obras, administrador e carpinteiro de barcos, Fez currais de bois para o Colégio da Baía, indo ele mesmo procurar a pedra e cal e a madeira, a casa de campo dos estudantes da Baía [Quinta do Tanque], uma pequena casa nas terras do Camamu, de que foi administrador, e, 'pela sua mão, sem intervenção de mais ne-nhum oficial', construiu duas grandes embarcações. Talvez haja o encarecimento habitual de quem se defende, mas algum fundamento teria no que diz. Os seus antecedentes, porém, não favoreciam nova readmissão.» (Leite, Serafim, Artes e ofícios dos jesuítas no Brasil, 1549-1760)
Id ATLAS | Cargo ou Função | Lugar | Descrição do Local | Desde | Até |
---|---|---|---|---|---|
0 | Ingresso na Companhia de Jesus | 1573 |