Cirurgião em São Paulo, em 1597. Também aparece como cirurgião-barbeiro e "juiz do ofício de cirurgião", responsável pelos exames e licenças de novos praticantes de cirurgia (Santos Filho, 1954, p. 6; Machado, 1980, p. 109-110).
Em 1609, teria sido contratado para efetuar uma cura do morador da Vila de São Paulo, Pero Álvares, pagando para isso "um quintal de algodão". O paciente não sobreviveu e, portanto, o pagamento acabou não sendo feito. Quando foi feito o inventário e testamento, venderam quatro colheres por dois mil, cento e sessenta reis que serviu para pagar as "sangrias e curas" que o cirurgião Antônio Rodrigues havia feito. O quintal de algodão combinado valia oito pesos. O pagamento foi feito pela viúva e Antonio Rodrigues deixava recibo: "Confesso eu Antonio Rodrigues barbeiro que eu sou pago da viuva Ana Farel de oito pesos que o juiz me mandou dar das sangrias que fiz ao defunto e me assino" (Inventários e Testamentos, vol. II, 1927, p. 400). Aparece duas vezes a assinatura, porque além de barbeiro e cirurgião, também exercia de tabelião na Vila de São Paulo, naquele ano de 1609.
Pedro Taques de Almeida Paes Leme, em Nobiliarchia Paulistana, o nomeia como Antônio Rodrigues de Alvarenga (ver o volume III, a partir da página 253). E também Luiz Gonzaga da Silva Leme (Genealogia Paulistana, volume V, a partir da página 214).
Teria nascido em Lamego, Portugal, por volta do ano de 1550. Era filho de Baltasar de Alvarenga e de Médica Monteiro, fidalgos. Chegou ao Brasil por volta do ano de 1569. Foi um dos primeiros moradores de Sao Vicente. Casou com Ana Ribeiro, em 1575, que era natural da cidade do Porto, moradora em Sao Vicente. Ana Ribeiro era filha de Estevao Ribeiro Bayao Parente (natural de Beja) e de Magdalena Fernandes Feijó de Madureira (natural de Porto). Depois de casado foi para a Vila de Sao Paulo, "onde exerceu como proprietário, o ofício de tabeliao judicial e notas"(Leme, 1904, p. 213). Pedro Taques lhe menciona como "uma pessoa tao principal, foi da governança da terra com grande estimaçao e veneraçao pela qualidade de sua nobreza". Antônio Rodrigues de Alvarenga faleceu no ano de 1614.
Sua mulher, faleceu em 1647. Em 9 de abril de 1622, foi uma das pessoas que fizeram depoimentos no processo de beatificaçao do Padre José de Anchieta, na Vila de Sao Paulo. O caso que ela relatou foi o acontecido com um indígena que tinha uma ferida incurável. Marcelo Bogaciovas faz uma citacao sobre o caso, a partir do livro do jesuíta Padre Hélio Viotti, Anchieta. O apóstolo do Brasil:
"Havia cinco anos vivia um pobre índio em Sao Paulo trazendo ferida incurável. O marido de Ana, o cirurgiao Antônio Rodrigues de Alvarenga, reconhecendo ser um caso perdido, já o abandonara. De passagem por Sao Vicente, de volta de Sao Paulo, insta Anchieta com Antônio Rodrigues, que trate novamente do índio. Este desce de Sao Paulo, hospedando-se com os jesuítas em Sao Vicente. Ali o medicou Rodrigues três ou quatro vezes. Sarou prontamente e, como era natural, a cura foi atribuída ao Pe. Anchieta" (Bogaciovas, 2006, p. 220).
Id ATLAS | Cargo ou Função | Lugar | Descrição do Local | Desde | Até |
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40645 | Cirurgião | São Paulo | 1597 | 1614 | |
40645 | Cirurgião-barbeiro | São Paulo | 1597 | 1614 | |
40645 | Tabelião do judicial e notas | São Paulo | 1614 |
Personagens | Relação | Personagens | Operações |
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Antonio Rodrigues | Familiar → Suegro | Estêvão Ribeiro Baião Parente | Ver Estêvão Ribeiro Baião Parente |
Antonio Rodrigues | Profesional → Desconocido | José de Anchieta, SJ | Ver José de Anchieta, SJ |
Antonio Rodrigues | Familiar → Cónyuge | Ana Ribeiro | Ver Ana Ribeiro |