Frade franciscano e primeiro comissário (vice-custódio) da Custódia Franciscana de Santo Antônio do Brasil. Integrou o primeiro grupo de sete franciscanos que chegaram a Olinda em 12 de abril de 1585 para o estabelecimento da Custódia Franciscana de Santo Antônio do Brasil. Junto com Fr. Melchior de S. Catarina, é nomeado no documento do Ministro geral franciscano, Fr. Francisco Gonzaga, datado de 13 de março de 1584, para a fundação da Custódia.

Em 1587, foi enviado pelo custódio a Lisboa para solicitar o envio de novos missionários. Regressou a Olinda em 1588 acompanhado de 12 outros franciscanos, dos quais JABOATÃO informa apenas seis nomes.

Sepultado no convento da Paraíba e citado por ILHA:

"Neste santo convento de Nossa Senhora das Neves estão sepultados alguns religiosos de vida santíssima e digna de louvor, que tais foram sempre todos os primeiros fundadores desta Custódia. Seja exemplo o venerável Padre Frei Francisco de S. Boaventura, varão de eximia austeridade e penitência muito observante da Regra, apaixonadíssimo pela salvação das almas e engrandecimento da religião. Passou para este novo Portugal com o primeiro fundador da Custódia ao tempo em que exercia importantes ofícios e cargos na Província portuguesa de Sto. Antônio, de que era filho. Aqui prestou ótimos serviços e obséquios a Deus. Realizou os mais variados trabalhos por obediência. Em companhia do Custódio viajou da cidade pernambucana para a Bahia, no ano do Senhor de 1587, a fim de aí construir um convento. Ao chegarem à cidade, os novos fundadores viram a grande afluência e a devoção daquele povo e tomaram conhecimento dos pedidos insistentes que muitos outros lugares dirigiam ao Custódio para que lhes enviasse Religiosos. Considerando o diminuto número dos Religiosos e sem esperança de receber outros do reino, mesmo assim o Custódio resolveu mandar este filho obediente atravessar outra vez o mar e informar aos Revmos. Padres Gerais e à Província: “A messe é grande, mas os operários são poucos. Que enviem operários para a messe do Senhor”. Embora avançado em anos não recusou o encargo, mas antes como um anjo ao executar as ordens divinas inclinou a cabeça e tomou o navio com destino ao reino, enfrentando os muitos incômodos da viagem. Mas foi malvisto pela Província, porque tratava dos interesses da Custódia com zelo excessivo. (A Província no início recusou tomar a Custódia sob sua tutela por ser então muito pequena). Permaneceu por 2 anos em Portugal sem obter resposta ao seu pedido."

ILHA, Manuel da (1975). Narrativa da custódia de Santo Antônio do Brasil, 1584-1621 (I. Silveira, Trad.). Petrópolis: Vozes.