Cirurgião-mor do Terço de Portugal, Marçal da Costa. Morador em Pernambuco. Vivia em Lisboa com sua mulher (Maria Diaz) e filhos. Solicitava em 1639 o pagamento de seus soldos vencidos: 43$578 réis. Enviou petição ao Conselho da Fazenda em junho de 1639 para que lhe pudessem fazer pagamento de seus soldos vencidos já que sua mulher era muito pobre e "perece à mingua". Lhe haviam informado que "não pagaram no Almoxarifado da Capitania de Pernambuco, por não haver nele rendimentos como se via da certidão que apresentava" (certidão de Manoel de Vasconcelos, Escrivão da Fazenda e da Matrícula da Gente de Guerra).
Sobre o ocorrido comentava Thomas de Ybio Calderón: “Que a gente de Guerra que serve em Pernambuco, há sido e é, com os maiores trabalhos e necessidades, que jamais se viram em outra Guerra: e que mui sabido, visto, e entendido que no Brasil se não paga a nenhum soldado, nem se lhe dá dinheiro porque o não há, senão alguma roupa mui de tarde em tarde, e a comida tão limitada que se não podem sustentar. E que se no Brasil se chega a entender que se cerra a porta nesta cidade ao pagamento do que os soldados vencem naquela guerra, ficarão de todo ponto destituídos de remédio, e bem se deixa ver o que disto pode resultar; e que de aquele estado vem pouco soldados, porque não se lhes dá licença, e que se a estes não se lhe acode, e fazem o bom agasalhado que merecem não somente não tornarão, se não que será exemplo, e justa coisa para que todos fujam daquela guerra que tão trabalhosa é. E para que aos que hoje assistem nela desfaleçam e percam os brios, vendo-se sem esperanças de alcançar satisfação do que serem: e que convém muito ao serviço de V. Majestade mandar que se reforme, e emende a ordem que V. Majestade mandou dar sobre o pagamento dos que vem do Brasil: e que achando-se Marçal da Costa servindo naquela guerra de cirurgião mor, sem mais benefício que o de seu soldo, tem ele Thoma de Ybio Calderon por mui justo, e conveniente servisse V. Majestade de mandar que a sua mulher se lhe pague a metade dos quarenta e três mil quinhentos e setenta e oito réis que são devidos a seu marido, para que remede parte de sua necessidade, e sustentar seus filhos que padecem por se achar seu marido servindo a V. Majestade. Lisboa, primeiro de julho de 1639". Este documento ia assinado por Antônio das Povas e Rodrigo Botelho.
A resposta da Princesa Margarida, em 13 de julho de 1639 seguia o parecer do Conselho: “Contra as cezolusois de Smg. que costuma tomar com tanta considerasão não convem fazer citandias e mais quando elle costuma com tão larga mão remunerar os serviços que se lhe fazem no Brazil como a todos a experiensia tem mostrado e o que convem he serarse (cerrarse) a porta a se não devertir hum so real de persizo e necessário a este he o maior cuidado que devem ter os ministros de Smgde asy me conformo com o Comselho".
Id ATLAS | Cargo ou Função | Lugar | Descrição do Local | Desde | Até |
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40566 | Cirurgião-mor do Terço de Portugal | Portugal | 1639 |