Cirurgião cristão-velho que exercia na Bahia, por volta do ano de 1618.
Sobre ele, Elias Lipiner relata o seguinte: Em outra oportunidade interveio Antônio Mendes numa rixa entre cristãos velhos e novos, a favor destes. Praticando-se sobre negócios de açúcar, na loja de Simão Mendes, da nação, observou o cirurgião cristão velho Ambrósio Gomes mordazmente: “este ofício não é senão para cristãos-novos”. Irritado com a insinuação antissemítica, André Lopes de Carvalho, um cristão-novo presente “que já fora preso pelo Santo Ofício no reino” , replicou logo: “leve o diabo a quem deseja ser cristão velho”, convidando, igualmente, a Antônio Mendes para manifestar-se sobre a matéria. Antônio, linguaraz e pouco reservado, apoiou a réplica violenta de André, e disse: “sendo bom cristão, leve o diabo a quem deseja ser cristão velho”. Vendo-se ameaçado por Ambrósio de que por muito menos que isso vira ele prender e castigar pelo Santo Ofício, Antônio não se deixara intimidar. Antes avançou ainda mais na sua apologia dos cristãos-novos, respondendo ao seu antagonista em desafio: “eu, tomara sendo bom cristão como sou, ser cristão-novo, porque sempre me achei bem com eles" - citado a partir da página 57.