Maria da Rosa

Identificador: 
P-4631
Nombre: 
Maria
Apellidos: 
da Rosa
Asunto: 
Género: 
Femenino
Fecha de nacimiento: 
Lugar de nacimiento: 
Fecha de defunción: 
Lugar de defunción: 
Observaciones: 

Moradora de Olinda, irmã terceira franciscana, uma das principais apoiadoras dos frades franciscanos na chegada deles a Olinda. É a doadora da capela de Senhora das Neves aos franciscanos, em Olinda, onde futuramente se edificou o primeiro convento franciscano na América lusa. Depois da chegada dos frades franciscanos, recolheu-se com outras mulheres piedosas em uma casa também em Olinda.

"Uma devota mulher, chamada Maria da Rosa, que o brindava com uma, a que neste tempo dava princípio, ou andava traçando para a oferecer, como fazia, aos Frades de S. Francisco, que aquele Padre não aceitou por lhe faltar para isso o beneplácito da sua Província. Era Maria da Rosa, Irmã Terceira de N.P.S. Francisco , que tomara o hábito da Penitência desta Venerável Ordem na Capelinha de S. Roque, como fica dito. Era viúva honesta, exemplar, e rica, e fora casada com Pedro Leitão. Morto este, por particular devoção que tinha à Mãe de Deus, e não haver herdeiros forçados aos seus bens, edificou em terras próprias uma Capela à Rainha dos Anjos, debaixo do seu especioso título de Senhora das Neves, com intento de levantar à sombra desta Mãe de Piedade, e dos homens, um Recolhimento para si, e outras devotas mulheres, quando não houvesse efeito o particular voto seu de fazer doação de tudo aos Frades Menores, como ela mesmo declara em sua escritura. E suposto que nela se não diz expressamente os termos em que estava o tal Recolhimento, quando dele fez entrega aos Padres Fundadores, é sem dúvida, que já a este tempo lhe havia dado princípio, e o tinha em tal forma de corredor, casas, e agasalhos, que nele se puderam acomodar todos os religiosos, que já quando ali entraram eram nove, e necessitavam de outras tantas celas, ou aposentos, além dos que eram precisos para refeitório, cozinha, e outras mais oficinas, que se não podiam escusar a uma Comunidade. Nem devemos supor que por conta dos tais padres corresse a fábrica do Recolhimento, antes de entrarem nele; porque nem achamos disso clareza alguma, nem se haviam meter nesse empenho, sem terem a posse de tudo por escritura, e esta foi passada seis, ou sete dias antes de saírem das casas em que assistiam junto à Misericórdia para a da Senhora das Neves, e seu Recolhimento, que tudo entendemos vai incluso nos termos da mesma escritura, tocantes à Igreja, casa, ou Recolhimento."

O documento da doação da capela aos frades é transcrito por JABOATÃO:

"Saibam quantos este público instrumento de doação virem, que no ano do nascimento de N. Senhor Jesus Cristo de mil quinhentos e oitenta e cinco, aos vinte sete dias do mês de setembro, nesta Vila de Olinda, de que é Capitão, e Governador o senhor Jorge de Albuquerque Coelho, por el-Rei nosso senhor, na igreja de N. Senhora das Neves desta dita Vila, estando aí a senhora Maria da Rosa D. viúva, mulher que foi de Pedro Leitão, que esteja em glória, moradora nesta vila, logo por esta foi dito, e disse em presença de mim público Tabelião, ao diante nomeado, e das testemunhas, ao diante escritas, que tanto que o Senhor lhes levara para si seu marido, e filha, que esteja em glória, logo ela determinara, e prometera de fazer uma casa da invocação de N. Senhora das Neves, e dar aos frades da Ordem de S. Francisco para Mosteiro da dita Ordem, pela muita devoção que ela tinha, para nela perpetuamente o Senhor ser servido, e louvado; e nisto, depois de cumprir com suas obrigações, mostrar o que o Senhor lhe dera; e com esta intenção, e devoção a tinha feita, e posta nos termos em que ora estava; e que por vezes tinha escrito ao reino, aos PP. Provinciais da dita Ordem, mandando-lha a oferecer, e pedindo-lhes, quisessem mandar religiosos para a povoarem, e acabarem, o que até agora não teve efeito; e que ora vendo ela nesta terra o Padre Frei Melchior de Santa Catarina, e seus companheiros com provisão de Sua Majestade, e Patente do Padre Fr. Francisco Gonzaga, Ministro Geral de toda a Ordem do P.S. Francisco, em que o faz Custódio, e seu Comissário, para em todas estas partes do Brasil poder tomar Mosteiros, e fundar sua Sagrada Religião; ela, dita Maria da Rosa, dava muitas graças a N. Senhora por lhe mostrar coisa que tanto desejava; pelo que, ela de seu próprio moto, e livre vontade, e sem constrangimento, nem induzimento de pessoa alguma, dava, e doava à dita Ordem de hoje para todo sempre a dita casa assim como está, igreja com todos seus ornamentos, e com todos os mais, prata, chãos, e terras, que estão junto com a dita igreja, assim cerca como os que estão fora dela, em que está a Olaria até o salgado, para se poderem meter na cerca, assim, e da maneira que os ela tem, e possui, com suas entradas, e saídas; e logo disse, que renunciava, e traspassava todo o direito, que nos ditos bens tinha, em a dita Ordem de S. Francisco, ou em quem conforme o direito, e as declarações, que os Papas têm feito sobre a Regra dos Frades Menores, devia, para que a Ordem, conforme o Direito, e seguras consciências, ditos frades possam gozar da dita casa, e ordenar dela, como das mais casas, e mosteiros da dita Ordem, e assim, e da maneira que dito é, e outorgou, e mandou ser feito este público instrumento de doação, e que desta nota lhe sejam dados os traslados, que pedidos forem. E logo, eu Tabelião, como pessoa aceitante, e estipulante, aceitei esta escritura, assim, e da maneira que nela se contém, em nome dos presentes, e ausentes, a quem convém, e deve convir; estando presente Lúcio Martins, Procurador do número desta Vila, que assinou pela senhora Maria da Rosa, por não saber assinar, e Gaspar Nunes Leitão sobrinho da dita senhora, e Antônio Nunes, alfaiate, e Antônio de Valadares, todos moradores, e estantes nesta Vila, e eu Jorge Gonçalves Tabelião do público Judicial, e notas etc. O mais desta escritura são termos comuns."

 

JABOATÃO, Antonio de Santa Maria, Orbe Serafico Novo Brasilico, descoberto, estabelecido, e cultivado a influxos da nova luz de Italia, estrella brilhante de Hespanha, Luzido Sol de Padua, Astro Mayor do Ceo de Francisco, o Thaumaturgo Portuguez S.to Antonio, a quem vay consagrado como Theatro glorioso, e Parte Primeira da Chronica dos Frades Menores da mais Estreita, e Regular Observancia da Provincia do Brasil.

 

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"Maria da Rosa". En: BRASILHIS Database: Redes personales y circulación en Brasil durante la Monarquía Hispánica, 1580-1640. Disponible en: https://brasilhis.usal.es/es/personaje/maria-da-rosa. Fecha de acceso: 19/04/2024.