Gonçalo da Madre de Deus, OC

Identificador: 
P-4662
Nombre: 
Gonçalo
Apellidos: 
da Madre de Deus, OC
Asunto: 
Género: 
Masculino
Fecha de nacimiento: 
1588
Lugar de nacimiento: 
Porto
Fecha de defunción: 
05/01/1654
Lugar de defunción: 
Lisboa
Cristiano nuevo: 
No
Observaciones: 

Frade carmelita (Irmão de vida ativa)

 

Ano de primeira referência ao personagem: 1615

Ano de falecimento: 1654

 

Nasceu na cidade do Porto. Recebeu o hábito na categoria de irmão converso a 27 de janeiro de 1615, no Convento de Vila de Vidiqueira. Findo o Noviciado, passado nas mais rigorosas penitências e santas práticas da Religião aos 14 de fevereiro de 1616.

Por ser de provado espírito e de muita virtude, foi um dos religiosos escolhidos para tomar parte na Recoleta estabelecida em 1617 no Convento de Santa Anna de Collares, único convento reformado existente na Provincia Lusitânia. Aí esteve Fr. Gonçalo alguns anos desempenhado, de modo edificante, o humildes misteres de sua profissão, até que, em 1624, seu Superior Provincial precisou enviar novos missionários ao Maranhão, e reconhecendo neste servo de Deus notável conhecimento dos rudimentos da fé e grande habilidade e eficácia em ministrá-lo aos outros, prevendo que seria útil instrumento para a catequese dos silvícolas, resolveu aquele Prelado mandá-lo para o Maranhão, em companhia do virtuoso Padre Fr. Francisco da Purificação, primeiro Provincial que teve esta nova Vigairaria.

Obedecendo gostosamente às ordens recebidas partiram ambos de Lisboa, no dito ano, e no mesmo navio em que embarcaram seguiram também viagem Francisco Coelho de Carvalho, Governador do Estado do Maranhão e outras muitas pessoas. Chegando a seu destino, foi Fr. Gonçalo recebido pelos habitantes do lugar, com grandes demonstrações de respeito e veneração, pela notícia que de suas virtudes deram o próprio Governador e demais pessoas que com ele fizeram viagem, o que logo viram confirmado, pelas admiráveis obras que ele começou a praticar.

Além da muita caridade que exercia para com todos, fazendo longas jornadas a pé, internava-se por aqueles incultos sertões para instruir e catequizar os índios, e prepará-los para receberem o Batismo.

Fatos verdadeiramente prodigiosos obrou este santo religioso nas regiões do Maranhão e, principalmente, em Itapicuru e Tapuytapera. Restituiu a saúde a pessoa gravemente enfermas, imperou os ventos, acalmou tempestades, extinguiu incêndios, multiplicou o azeite e fez outros portentosos fatos que os cronistas da Ordem, Fr. Manoel de Sá, Fr. José Pereira de Santa Ana e Fr. Jorge Cotrim, deixaram registrados com todas as circunstâncias nas suas obras históricas.

Dotado também de espírito profético, predisse, antes de regressar para sua Pátria, que Maranhão sofreria, dentro de breve tempo, um grande castigo. Vivia a cidade de São Luis tranquila, quando, repentinamente, viu-se invadida pelos hereges holandeses. O Conde de Nassau, Governador das Armas de Pernambuco, desejoso de novas conquistas, enviara contra a dita cidade uma armada de 18 navios, com guarnição de 2.000 homens, os quais, sob o comando de João Cornelles, entraram vencedores no Maranhão e saquearam tudo quanto ali encontraram. Fizeram tantos e tão graves estragos que seus habitantes ficaram reduzidos à maior miséria e sofreram fome, peste e outras grandes calamidades. Cumpriu-se o que Fr. Gonçalo tinha predito. (Este acontecimento deu-se a 25 de novembro de 1641.)

Recolhido na sua Província nativa, passou seus últimos anos no Convento de Lisboa, onde continuou a dar novos e maravilhosos exemplos das sublimes virtudes de Obediência, Pobreza e Castidade, no mais alto grau de perfeição. Dedicava todos os dias muitas horas à oração. Sua comunicação e trato com Deus era tal, que não poucas vezes, inflamado o coração de amor divino, ficava muito tempo em êxtases, com o corpo suspenso no ar.

Morreu na idade de 66 anos, a 5 de Janeiro de 1654 em opinião de santo. Depois de alguns anos, em 1666, ao abrir-se sua sepultura, para serem seus venerandos restos mortais trasladados para lugar mais condigno, percebam todos os presente suavíssimo aroma.

A "Chonographia Portuguesa", tomo III, pág. 626, tratando deste servo de Deus, diz o seguinte: "O venerável Fr. Gonçalo da Madre de Deus, Leigo irmão dotando de santa simplicidade, pela qual foi estimado dos Reis, Senhores e Povo; viveu e morreu com opinião de Santo, o que se viu bem na grande veneração com que foi sepultado em 1654".

 

Todos os mais notáveis e maravilhosos fatos de sua vida no Maranhão, constam em um Instrumento de Inquirição, assinado por 23 testemunhas oculares, lavrado em pública forma, a 6 de julho de 1661, cujo autêntico sumário se conserva no arquivo do Convento do Carmo de Lisboa.

 

Fonte: PRAT, André. Notas históricas sobre as missões carmelitas no extremo norte do Brasil (séculos XVII e XVIII). Mossoró: [s.e.], 1941.

Cargo o Posición:
Id ATLASCargo o PosiciónLugarDescripción del LugarDesdeHasta
40617Ingresso na Ordem CarmelitanaBejaConvento de Vila de Vidiqueira27/01/1615
Referencias Bibliográficas
Cómo citar esta entrada: 
"Gonçalo da Madre de Deus, OC". En: BRASILHIS Database: Redes personales y circulación en Brasil durante la Monarquía Hispánica, 1580-1640. Disponible en: https://brasilhis.usal.es/es/personaje/goncalo-da-madre-de-deus-oc. Fecha de acceso: 29/03/2024.