Guardião (superior) do Convento Franciscano de Salvador da Bahia

Período(s): 1649-1650

“O 28º Guardião foi o Ir. Daniel de S. Francisco, eleito na Congregação para depois da separação da Custódia da Província de S. Antônio de Portugal, com voz de Capítulo, que fez o dito Ir. Custódio Fr. João Batista no princípio da dita separação. Renunciou o dito Guardião, e foi eleito o· Ir. Fr. Manuel da Esperança (fls. 16v), Confessor, o qual continuou o seu ofício até embarcar para o Reino com o Governador Antônio Teles da Silva, em companhia do qual faleceu no mar. Ficando a patente de prelado da casa até a segunda Congregação, porquanto a primeira não chamamos 8 propriamente Capítulo, por vir de Roma eleito todo o Definitório, ao Ir. Fr. Daniel de S. Francisco, que também renunciou ao dito cargo, e assim ficou governando o Presidente Fr. Domingos da Conceição.

[...]

O 29º Guardião, o Ir. Fr. Daniel de S. Francisco, Lente de Teologia, eleito na Congregação sobredita em que presidiu, sendo Custódio o Ir. Fr. Sebastião do Espírito Santo, por morte do Ir. Fr. João Batista. Obras: O dito Guardião mandou alargar o recebimento da portaria; alargou- se o cruzeiro e fizeram-se os degraus. Fez o sacrário e os dois retábulos colaterais, que dourou, e o arco; azulejou a capela e o cruzeiro, e fez a custódia e o mais necessário ao culto divino. Fez-se a casa das secretas, que está junto à Enfermaria, com cozinha para ela. Pediu a Francisco Pereira de Paripe e a seus Irmãos esmola (fls. 17)  para se pagar o retábulo maior, e a Francisco Ferraz da Ilha a paga do ouro, com que se dourou, e letra para mandar vir do Reino as três Imagens dos retábulos e das relíquias. Os dois retábulos colaterais se fizeram de tudo à custa de Felipe de Moura e de Diogo de Aragão, e em paga lhes deu aqueles lugares para suas sepulturas. Estes retábulos se acabaram de dourar no tempo do Guardião seguinte.”

WILLEKE, Venâncio (1978). Livro dos guardiães do Convento de São Francisco da Bahia (1587-1862). Rio de Janeiro: IPHAN.