O clérigo Manuel da Silveira, cuja alcunha era Quitingo, vendia bulas papais entre os dignatários do Kongo. Segundo o cavaleiro fidalgo Jorge Cabral tratavam-se de cópias da “bula de Nossa Senhora da Vitória”. Quitingo conseguiu as cópias do documento pontifício na ilha de São Tomé, talvez por intermédio do bispo D. Francisco de Vila Nova. O clérigo, que era o principal comerciante português do reino do Kongo desde o reinado de D. Álvaro I, na altura da Inquirição estabelecia relações diretas entre o Mbumbe, sua base mais importante, e Mbata. De acordo com Bonciani (2020) isso explica sua preferência em vender as bulas ao mani Mbata e as ter negado para Álvaro II. As páginas da bula, que tinham quatro folhas, eram vendidas separadamente por cinco panos songo ou um pano pintado (“Inquirição de testemunhas”, em: ANTT, IL, l. 776, ff. 68-68v. apud BONCIANI, p. 278). A alta demanda por essas bulas entre as elites do Kongo também sugere que o culto de Nossa Senhora da Vitória, ou do Rosário, já estaria consolidado naquele reino, difundindo-se a partir dele para diferentes regiões da África Centro-Ocidental e também para o Atlântico (BONCIANI, p. 278).