Padre Jesuíta. "Nasceu a 8 de janeiro de 1542, na Cidade do Porto. Filho de Henrique Nunes e Beatriz de Madureira, em cuja casa se hospedou S. Francisco de Borja, quando esteve naquela cidade. Entrou na Companhia em Coimbra no dia 10 de janeiro de 1556. Estudou em Coimbra e Évora. Mestre em Artes. Reitor do Colégio de Bragança, da Universidade de Évora, e do Colégio de S. Antão de Lisboa, Vice-Reitor de Coimbra, Mestre de Noviços e Visitador da Ilha da Madeira. Homem de notáveis dotes de governo, foi, como Visitador do Brasil (1583), um segundo Nóbrega, ou segundo fundador da Província: às ordenações da sua 'Visita' ficaram o Código legislativo, em vigor sempre daí em diante, com leves variantes acomodadas ao desenvolvimento geral do Brasil. Um dos principais efeitos da Visita do P. Cristóvão de Gouveia foi o de promover intenso movimento de informações escritas, pelo seu secretário Fernão Cardim, e pelo P. Francisco Soares, José de Anchieta e outros que jazeram longo tempo nos Arquivos, donde se foram e vão tirando modernamente à luz da publicidade, e constituem fontes fidedignas e importantes da história do Brasil sob múltiplos aspectos. Ao voltar a Portugal em 1589 caiu prisioneiro de piratas franceses, que o trataram com a crueldade que se vê na Narrativa Epistolar de Fernão Cardim. Abandonado com os seus companheiros, P. Francisco Soares e Irmão Barnabé Telo, no Mar da Biscaia, conseguiram tomar porto em Santander donde passaram a Portugal, chegando Gouveia a Lisboa, no dia 1° de dezembro de 1589. Ocupou ainda os cargos de Propósito da Casa de S. Roque e Provincial de Portugal, e chegou a ser preconizado Bispo do Japão, sem efeito, por adoecer. Faleceu na Casa Professa de S. Roque (Lisboa), a 13 de fevereiro de 1622." Fonte: Leite, Serafim. História da Companhia de Jesus no Brasil (Tomo VIII - Escritores de A a M). Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1949, v. 8, p. 279-314.
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Cristóvão de Gouveia embarcou no navio Chagas S. Francisco. Ao chegar ao Brasil, o visitador Cristóvão de Gouveia, ao mesmo tempo em que condenou as posições antiescravistas dos padres Gonçalo Leite e Miguel Garcia, atacou o projeto atlântico construído pelo padre Manuel da Nóbrega e questionou a capacidade de seus sucessor, o padre José de Anchieta, na condução do provincialato (cargo que ocupou até 1587).1 Gouveia escreveu uma carta ao geral Aquaviva sobre a ideia de unir a residência de Angola à província do Brasil, os argumentos a favor e contra iam em anexo, mas concluía que a maioria dos jesuítas se opunha ao projeto.2 A carta sinaliza o ponto de discórdia no interior da SJ: a consolidação dos jesuítas como agentes político-econômicos no Atlântico por meio da tutela indígena, da sujeição de Angola e do tráfico negreiro.
1 Contra o padre Miguel Garcia ver MMA, XV: “Carta do padre Cristóvão de Gouveia ao geral da Companhia” (25/7/1583), 280-281. Para defender o escravismo lusitano na África, Cristóvão de Gouveia diz ter consultado os jesuítas em Angola e o bispo de São Tomé, Martinho de Ulhoa, e faz referência aos escritos de Fernão Peres, Luís de Molina e Gaspar Gonçalves.
2 Carlos Zeron, Linha de fé, 172-173.
Id ATLAS | Position | Place | Place Description | From | Until |
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40540 | Ingresso na Companhia de Jesus | Coimbra | 10/01/1556 | ||
40629 | Visitador dos Colégios Jesuítas do Brasil | Brasil | 1583 | 1589 |
Itinerary/Travel | Motive | Start Date | End Date | |
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Person - Etc. | 1583/ 03/ 05 | 1583 /05 /09 |
Cristóvão de Gouveia embarcou, ao lado do governador Manuel Teles Barreto, no navio Chagas S. Francisco
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Person | Relationship | Person | Operations |
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Cristóvão de Gouveia, SJ | Profesional → Superior | Fernão Cardim, SJ | See Fernão Cardim, SJ |
Cristóvão de Gouveia, SJ | Profesional → Superior | Simão Travassos (Travaços), SJ | See Simão Travassos (Travaços), SJ |
Manuel Teles Barreto | Profesional → Desconocido | Cristóvão de Gouveia, SJ | See Manuel Teles Barreto |