15º Custódio (Superior) da Custódia Franciscana de Santo Antônio do Brasil.

"Pregador, natural da Freguesia de N. Senhora da Graça de Fraguzela, Bispado de Viseu, filho da Província, e irmão carnal do P. Fr. Francisco dos Santos, que o trouxe consigo, ainda Corista, quando veio ao Brasil por seu Custódio. Cá versou os Estudos no Convento de Olinda, no curso em que foi Mestre Fr. Sebastião de Braga, que também veio da Província com o dito Custódio: Completos os Estudos, continuou por seis anos o ministério de Pregador, que o fazia com satisfação, e naturalidade. Voltou para a Província, e lá foi Guardião do Convento de Lisboa, e na Congregação intermédia celebrada na Província em 18 de novembro de 1637, foi eleito em Custódio do Brasil. Mas como as guerras deste Estado impediam a ordinária navegação para estas partes, não pôde sair o seu Navio, senão na companhia da Armada, que de Lisboa partiu para a restauração de Pernambuco, da qual era General D. Fernando Mascarenhas, Conde da Torre, e foi isto no ano seguinte de 1638 a sete de setembro, e a vinte do dezembro foi desembarcar ao Rio de Janeiro, levado dos tempos, e ventos, que o divertiram do porto da Bahia, para onde era a sua viagem; e não sendo então monções para voltar a ela, pelas não perder para a Vila de Santos, onde o chamavam duas novas fundações, que se ofereciam, uma nesta Vila, e outra na de S. Paulo, se embarcou do Rio a nove de janeiro, do seguinte ano de 1639, e a 16 do mesmo chegou à Vila de Santos, Capitania de S. Vicente. Achou no lugar conveniência para a fundação, e era a maior, não se poder aceitar Convento em S. Paulo, sem o haver também em Santos. Feita em uma, e outra a aceitação, se embarcou para o Rio a 19 de maio, e a 22 chegou ali, de donde partiu a quatro de junho, e tomando a embarcação os portos do Rio das Caravelas, Porto Seguro, e Ilhéus, chegou à Bahia a 23 do mesmo junho, e fazendo o seu Capítulo Custodial a seis de agosto deste ano de 1639, deu princípio ao governo da Custódia."