10º Custódio (Superior) da Custódia Franciscana de Santo Antônio do Brasil.

"Pregador, filho da Província, e natural da Vila de Viana; eleito no Capítulo, que celebrou a Província em Santo Antônio de Lisboa, a dezesseis de novembro de 1619, e chegou à Custódia no ano seguinte, ainda no princípio. Achou-se mui florente em Religiosos, de virtude, e letras, que são os dois principais elementos, em que se sustenta a República Religiosa, e os dois eixos, ou Polos, sobre que se move a vida Regular, e Monástica, para ser bem regulada, e uniforme; e para que se continuassem estes espirituais aumentos, e se não murchassem estas odoríferas flores, especialmente as das virtudes, e pudessem servir de celeste recreação assim às almas dos súbditos, como dos estranhos, cuidou muito em regá-las com o suave cultivo do seu bom exemplo, e vida regulada. Não lhe faltaram com tudo no seu tempo muitos, e graves trabalhos, porque no último ano dele, que foi o de 1624 fizeram os Holandeses logo no princípio a interpresa da Bahia, tomando a posse da sua capital, com o que coube também uma boa parte aos Religiosos seus habitadores de sustos, descômodos, e perigos, que sendo grandemente penosos para as Comunidades, são em sumo grau sensíveis aos Prelados. Com todo este tropel de moléstias, pôs o fim à sua tarefa do governo, sem poder daquelas partes da Bahia, neste último ano, dar provimento ao regime da Custódia, e assim com a chegada de novo Prelado se retirou para a Província. Mas Deus, que quis premiar logo o seu trabalho, não permitiu diferir para mais longe o seu fim, e o teve no mar, aonde o buscou a morte, com achaque natural, servindo-lhe de Mausoléu dilatado, se bem inconstante, o profundo do seu pego, no ano de 1625."